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Foto do escritorIvan Tamassia

Bolívia e Peru – Mochilão de 22 Dias

Atualizado: 13 de mar. de 2018



Esta viagem começou bem antes de minha partida em 21 de dezembro.

Começou com a intenção de fazer, ao menos uma vez, um mochilão sozinho. Aliado a isso, a vontade de conhecer Machu Picchu, Estrada da Morte (já vão entender o porquê deste nome) e o exótico Deserto do Sal ou Salar de Uyuni.

Um dinheiro guardado, férias disponíveis e uma promoção nas passagens era o que faltava para dar início à esta aventura.


Tive dois meses e meio para montar a logística (o que exigiu ao menos 2 semanas), organizar o que levaria e principalmente o que não levaria, tomar vacina da febre amarela (obrigatório para fazer esta viagem) e me preparar fisica e psicologicamente.


Acabei optando por levar dólares e ir trocando em casas de câmbio durante a viagem. Além disso eu levei um pouco de dinheiro no VTM e também um cartão de crédito, para usar somente quando necessário, deu muito certo.


Minha partida foi de São Paulo, pela Aviação GOL, no dia 21/12/2017, com destino à Santa Cruz de La Sierra, cheguei às 3 da manhã.

Como a volta para o Brasil também seria por Santa Cruz eu decidi por conhecê-la somente ao final da viagem. Acabei optando por permanecer no aeroporto até às 7 da manhã, horário em que eu pegaria um vôo para Uyuni (sul da Bolívia e entrada para o Salar de Uyuni). Aí a aventura começa...


Tour de 3 dias no Salar de Uyuni - 22/12 até 24/12


A aeronave da companhia Amaszonas (fujam desta companhia) que iria para Uyuni, estava quebrada e o vôo atrasou bastante, pois a estavam consertando. Fomos chamados para embarcar por volta das 13 horas, na aeronave que dispensa comentários, as fotos ilustram melhor:




Após 1 hora e 15 minutos de um belo “trote”, aterrissamos em Uyuni. A cidade é pequena e vive basicamente do turismo, são mais de 100 empresas que fazem os tours.

Como contratei a empresa para fazer o tour do Brasil, eu já havia deixado combinado de me pegarem no aeroporto, e assim ocorreu.


Na Bolívia tudo é negociável, negocie. Eu teria negociado mais, se soubesse disto antes.

Eu optei por fazer o tour de 3 dias e 2 noites, que nos levaria ao Salar e ao Deserto Boliviano (fiz com a Quechua Conection - por 180 dólares - com alimentação e hospedagem inclusas, os recomendo), e acertei em cheio. O tour de 1 dia é muito rápido e não chega aos locais mais distantes, o tour de 3 dias passa pelo Salar, pelo deserto boliviano e chega-se até a fronteira da Bolívia com o Chile. Neste ponto as pessoas podem optar por voltar à Uyuni ou ir à São Pedro de Atacama, no Chile, e seguir a viagem por lá.

Estávamos em 12 pessoas, divididas em dois Toyotas 4x4, cada um com um motorista da empresa e em um dos carros um guia, o Jose, gente boa demais!





Quechua é um dos idiomas tradicionais da Bolívia.

O Salar é diferente, gigante e de tirar o fôlego (a altitude ajuda a tirar o fôlego, hhehehhe) e é somente nele que ficamos o primeiro dia, inclusive dormindo em uma pousada, simples, rústica, mas muito bem cuidada e amigável





O sinal de telefone é quase zero e não há wi-fi durante os 3 dias, coisa boa, hehehhe. Existe a opção de comprar um chip na Bolívia, mas eu queria, por alguns dias, me desligar de tudo.

Mesmo sendo deserto faz frio! Durante o dia faz frio quando o vento bate, e durante a noite faz muito frio, peguei temperaturas próximas à zero graus, e era verão. No inverno neva em alguns pontos.

Não cometam o mesmo erro que eu, que acabei passando pouco protetor solar e não usando o boné direto, já que, apesar do sol, não estava calor.


Acordamos no segundo dia e partimos para os últimos km do salar adentranto no deserto e montanhas bolivianas.

Paisagens incríveis, lhamas e flamingos nos acompanharam por todo o caminho, entre paradas para observação, fotos e alimentação.





O segundo dia é bem cansativo, mas o melhor estava por vir...


Ao final do dia, chegamos à nossa pousada. Mais rústica, isolada e simples do que a primeira. Mas com seu charme, e em um local que nos proporcionou uma piscina de águas termais, em pleno deserto, com 5 graus Celsius fora dela e 38 graus dentro, além do céu estrelado mais limpo, iluminado e bonito que alguém pode ter a oportunidade de observar (infelizmente fotos não ficam boas).

Ainda teve uma pequena confraternização, mas o cansaço era grande, e logo, todos foram dormir.





O terceiro dia começa cedo, e vamos para a divisa da Bolívia com o Chile.

Neste ponto alguns optam por ir ao Chile, e continuar sua viagem para os lados do Deserto do Atacama. Enquanto os demais começam a volta à Uyuni, por um outro caminho, com menos paradas, mas com lugares tão bonitos quanto os da ida.


Chegamos em Uyuni às 18 horas do dia 24/12. Aí cada um seguiu a sua viagem.

Eu fui para o meu hostel (Station Wagon Hostel), que tinha um bom serviço, mas os quartos eram estilo cápsulas. Não foi ruim, mas não recomendo. Estava bem cansado, primeiramente por dormir pouco durante o tour e também em função da altitude, que judia de quem não está acostumado, eu nunca mais falo que não querer jogar na altitude é frescura.




O chá de coca e mascar a folha de coca ajudam a amenizar os efeitos da altitude, e não, nem a folha e nem o chá tem efeitos alucinógenos, dão “barato” ou têm efeitos psicossomáticos, podem beber e mascar à vontade, faz bem, e é muito cultural e tradicional nos países andinos.




Nesta noite eu apenas jantei, arrumei minhas coisas e dormi, até porquê no dia seguinte, às 8 da manhã, eu pegaria um vôo para La Paz.


4 dias em La Paz - 25/12 até 28/12


No dia 25 acordei cedo, arrumei a mala, tomei um café da manhã reforçado e peguei um táxi para o aeroporto de Uyuni, paguei 10 Bolivianos, o equivalente a 5 reais.

O vôo foi muito mais tranquilo e por uma companhia bem melhor do que o vôo de Santa Cruz à Uyuni, a Boliviana Aerolíneas.


Muita gente faz este trajeto de ônibus, mas como ele dura 12 horas, e eu fico ruim em viagens de ônibus, ainda mais com o caminho sinuoso que é este trecho, eu optei por fazê-lo de avião. Além de ganhar tempo e ter uma boa noite de sono.

Chegando em La Paz, por volta do meio dia, fui procurar e pechinchar por um táxi para ir ao meu Hostel (Adventure Brew Hostel). Inicialmente me pediram 80 bolivianos, fui pechinchando até conseguir por 40, e era uma corrida longa.

Aí começou o show de buzinas. Olha, a buzina deve ter sido implementada ano passado lá, porquê nunca vi gostarem tanto de buzinar, é de ficar atordoado.

Mas tudo certo, tudo bem e aproveitando a cultura deles.


Cheguei no Hostel, me instalei, e saí para o centro para comer algo. Fui a pé, já que eu estava bem localizado.

Comi um prato de carne com batatas. Lá se come muita carne e batata, principalmente frango e as “papas fritas”.

Logo voltei para o Hostel para descansar e me programar para o que eu gostaria de fazer nos próximos dias.




A noite teve uma confraternização lá mesmo, pois era Natal. Foi legal, pessoas do mundo todo, alguns jogos e bebidas no próprio bar do hostel.


No segundo dia, resolvi conhecer o centro, o mercado das bruxas, praça central, a Avenida Illampu que é uma rua que vende roupas de frio e procurar uma companhia que proporcionasse a descida, de bike, da estrada da morte. Também encontrei uma amiga que fiz no tour pelo salar e que é de La Paz, ela me mostrou alguns lugares e também andamos no teleférico de La Paz, é muito bom e dá para cruzar a cidade nele.


Vale a pena comprar jaquetas ou outros artigos de viagem e escalada na avenida Illampu, mas pesquise bem e opte por lojas com uma aparência mais confiável, há muita pirataria por lá.


Bom, eu procurei e encontrei uma companhia para fazer a descida da Estrada da Morte. Paguei aproximadamente 450 bolivianos (225 reais). Dava direito a todos os equipamentos, transporte e alimentação durante o passeio.


Voltei ao Hostel, e como era tarde, preparei minhas coisas para a aventura do próximo dia e fui dormir, me pegariam no hostel às 7 da manhã.


E lá estavam, pontualmente.

A companhia, que se chama Altitude, passou com uma van e me pegou no Hostel. A viagem durou aproximadamente 1 hora, um grupo de aproximadamente 7 pessoas em cada van, estávamos em duas.

Nos vestimos, tomamos um café e iniciamos a descida da estrada da morte. No início, apesar do frio, chuva congelada e neblina, é um trecho tranquilo. A estrada da morte é mais para frente.

Em alguns pontos da descida nós paramos para comer e beber algo. Tudo por conta da empresa.


Quando chegamos de fato na estrada da morte, bateu um pouco de medo.

É realmente desafiador e exige muita atenção e cautela, pois é um precipício e sem proteção nas laterais da estreita estrada de pedra.

Valeu muito a pena, a adrenalina e as paisagens são revigorantes.

A descida de bike dura várias horas e cheguei em meu hostel, acabado, por volta das 19:00.




Se for fazer este passeio vá preparado para o frio.

Em meu último dia em La Paz eu optei por subir a Chacaltaya, uma montanha nas proximidades de La Paz.

Ela era uma estação de esqui, mas a neve derreteu e hoje é um ponto turístico, com seus 5400 metros de altitude.

Até a estação sobe-se de ônibus ou taxi, depende da companhia e de como contratar o serviço.

Como deixei para a última hora acabei indo de táxi junto com 2 pessoas, mas foi tranquilo e paguei por volta de 150 reais. De ônibus é bem mais barato, por volta de 50, só não fui de ônibus de turismo porquê no dia anterior eu estava na estrada da morte e não cheguei em tempo de fechar o passeio.

Os últimos 200 metros são caminhando, em razão da altitude tive que parar umas 10 vezes para pegar fôlego! Mas valeu cada parada... ao se chegar ao topo o cansaço vai embora.

O caminho é bem estreito e sinuoso, a viagem de La Paz até a Chacaltaya dura aproximadamente 1 hora e meia.





Retornando eu fui comer e logo voltei para o Hostel para descansar e arrumar as coisas para ir ao Lago Titikaka na manhã seguinte.


Sempre tenha água e alguns pequenos lanches, não é em todo lugar se vende comida.

Assim terminou minha passagem por La Paz, uma cidade com bastante em que se vê muita dificuldade do povo e precariedade na infraestrutura e serviços, mas é linda, diferente e com um povo muito hospitaleiro.


Copacabana/Puno – 2 dias – 29/12 até 31/12


Fui de La Paz para Copacabana de van, que peguei próxima ao cemitério da cidade, foi um pouco difícil de achar mas no fim deu certo, paguei cerca de 30 reais.

Em uma parte da viagem, de aproximadamente 3 horas, temos que atravessar de balsa.

Mas o caminho é bonito e rende boas fotos.





De início achei que seria pouco ficar um dia em cada lugar. Copacabana fica no lado boliviano do lago titikaka e Puno no lado peruano.

Mas foi na medida certa.


Chegando em Copacabana fui atrás de uma agência para fazer o passeio para a Isla del Sol, paguei cerca de 30 reais.

É legal mas não me impressionou muito, apesar de ser bonito e a história muito legal.

Dá para fazer uma visita guiada ou dar uma volta por conta própria, preferi ficar por conta própria.

Após o passeio voltamos para terra firme, a viagem de barco dura aproximadamente 1 hora.




Fui em um restaurante que estava tendo happy hour, dois Pisco Sour pelo preço de um. Comi também uma Truta, muito bom. Valeu a pena, tanto o Pisco Sour quanto a Truta. O jantar saiu por aproximadamente 50 reais.


O Pisco sour é um drique feito com o Pisco, bebida típica da região e é muito bom!

Depois do jantar fui para meu hostel (Hostel Piedra Andinas), gostei bastante dele, tinha uma vista muito legal do Lago, as acomodações eram boas e o dono foi muito atencioso, e como sempre, assim que descobriram que eu era brasileiro me tratavam muito bem e ficavam felizes.


No outro dia, por volta do meio dia, peguei um ônibus para Puno.

Peguei o ônibus da companhia Tour Peru, os ônibus são bons e saem do centro de Copacabana, a cidade é muito pequena, então quase tudo é no centro.

Tivemos que atravessar a fronteira, é bem precário e diferente, mas gostei, hehehehe.



Não estava muito animado ao chegar em Puno, pois estava um pouco cansado e Copacabana não me animou muito, mas ficaria logo logo.

O passeio mais conhecido em Puno é ir às Islas Flotantes de Uros, e foi talvez, o ponto alto da viagem.

Na rodoviária mesmo eu contratei uma empresa que faz o passeio, paguei em torno de 35 reais.


As Islas Flotantes de Uros são pequenas ilhas no meio do lago. Em cada ilha mora uma família do povo de Uros, hoje são aproximadamente 160 ilhas.

Eles próprios constroem as ilhas e vivem em função e tirando tudo do lago, caçam aves e peixes, e extraem o material para casas e artesanatos.

Eles utilizam a totora, que é a planta que nasce no lago para fazerem suas casas, artesanatos e o que mais precisarem. A totora nasce e a raiz dela é utilizada para construir as ilhas, é realmente impressionante.

Descemos em uma das ilhas, aonde o Patriarca da família e chefe daquela ilha contou um pouco da história, com muito bom humor e simplicidade.

Realmente me surpreendi.

Além disto o guia do nosso barco era gente boa demais e engraçado, fez o passeio ser ainda melhor.







Após o passeio o guia me ajudou a pegar um taxi e pagou 5 soles para mim (1 real = 1 soles) para o taxi me levar até meu hostel.


Eles amam brasileiros e o futebol brasileiro.

Cheguei no hostel (Cozy Hostel), me instalei rapidamente pois já era tarde, tomei um banho e fui dar uma volta na cidade e jantar, um belo Ceviche!

Fui jantar em um restaurante um pouco mais sofisticado, ao lado da Plaza de Armas, e mesmo sendo um restaurante um pouco melhor, o menu com entrada, prato principal (carne de Lhama) e sobremesa e mais um Pisco Sour custou por volta de 70 reais. A carne de Lhama é boa e bem saborosa.

Dei uma volta pela região central mas logo voltei ao Hostel pois no dia seguinte eu iria à Cusco e o ônibus sairia às 7 da manhã, fiz questão de programar minha viagem para passar o ano novo em Cusco (vale muito a pena).


No dia seguinte (31/12), eu acordei bem cedo, peguei um táxi e fui para a rodoviária. Já do Brasil eu havia contratado um ônibus turístico que faz o trajeto Puno-Cusco com a empresa Mer Turismo.

Optei pelo ônibus turístico, que custa 40 dólares, pois ele vai parando durante a viagem de 10 horas em alguns pontos históricos e ruínas, além de um guia ir contando histórias e a história dos locais.

É bom e vale a pena. Penso que é mais vantajoso do que fazer a viagem direta de 6 horas.


Fizemos 5 paradas, sendo uma delas para almoço. Mas foi bem interessante, pois o guia foi contando a história de cada local e do povo Inka, recomendo este passeio e esta empresa.

Achei interessante um local em que paramos para ver algumas ruínas, de um povo Inka, que servia de "guarda" e controle na ida até Cusco.

Paramos também em uma igreja muito antiga e com peças de ouro no interior. Não podem ser tiradas fotos mas é bonita. Um fato curioso é que a igreja era mais rica e cheia de ouro, antes da invasão dos espanhóis.





Cusco – 9 dias – 31/12 até 08/01


Cheguei em Cusco por volta das 17 horas e peguei um táxi ao meu hostel, o Loki Hostel.

De cara Cusco me encantou, é uma cidade muito bonita, limpa e organizada, um pouco diferente das cidades em que eu havia estado. As cidades na Bolívia são pouco organizadas e não são muito limpas, Puno é um pouco melhor, mas Cusco já tem outra cara.

Sua arquitetura lembra muito a de cidades europeias, e isso se explica pois foi uma região invadida pelos espanhóis, que fizeram questão de reconstruir locais com sua arquitetura. É uma página complicada da história dos países andinos, mas que infelizmente aconteceu e faz parte da história deles.



Mas, estava eu em Cusco e no dia do ano novo.

Cheguei no hostel, fiz o check-in e fui para o meu quarto. Dei uma rápida descansada e logo fui me arrumar para as festividades de ano novo.

No próprio hostel estava tendo festa, que por sinal era bem conhecida na cidade toda. A festa tinha começado às 14:00.


Mas eu ainda fui comer e só por volta das 20:00 é que fui aproveitar mais. Estava bem cheio o bar e salão de festas, jogos de beer-pong, ping-pong e em vários momentos e principalmente nos horários em que ocorria a virada do ano em outros países, tinham shots free, havia pessoas de todos os lugares do mundo e muita animação, conheci pessoas muito legais, de Portugal, Austrália e do Brasil!

Às 23:30 grande parte das pessoas, inclusive eu, foram andando até a Plaza de Armas, que é no centro de Cusco e não distante do Hostel, onde ocorrem os fogos e algumas ações típicas deles, como por exemplo, após a meia noite dar voltas ao redor da praça.

Foi muito bom e animado e dar voltas ao redor da Plaza de Armas é para trazer boa sorte, eu que não iria correr o risco e ficar de fora.

Depois voltamos ao hostel e continuamos a festa por lá, estava todo mundo animado e foi muito engraçado, realmente uma noite inesquecível, vale a pena passar o ano novo em Cusco.




No dia 01 e dia 02 de Janeiro, eu optei por descansar, colocar minhas roupas em ordem, procurar lembrancinhas e conhecer mais a cidade. Optei por esta programação tendo em vista que do dia 03 ao dia 06 eu iria fazer a Inka Jungle Trek até Machu Picchu, uma trilha com aventura e muita caminhada até a cidade perdida.

Esses dois dias foram tranquilos mas deu para conhecer bem a cidade e posso dizer que é uma cidade muito boa para se caminhar, passear e comer. Algo diferente para se comer mas muito gostoso é o Cui, o porquinho da índia, que custa aproximadamente 30 soles ou 30 reais.




No dia 02 a noite teve um Briefing (reunião com todos os participantes e a equipe da Loki Travel) da trilha, que começaria no dia 03 às 6 da manhã. Foi um bate papo com dicas e recomendações.

Eu contratei a Inka Jungle Trek com a Loki Travel, mesma companhia do Hostel, e paguei por volta de 280 dólares. Neste valor estavam inclusas as refeições, as acomodações, o rafting, a tirolesa, a descida de bike de um trecho da trilha, a entrada à Machu Picchu, a subida à Huayna Picchu e o transporte.

Antes de voltar ao Hostel eu fui procurar um chip para ter internet em alguns pontos da trilha. Na grande maioria não teria, mas paguei cerca de 20 reais por um chip com 1,5 GB de internet, então estava valendo.

Na trilha, temos que carregar nossas bagagens, ou seja, é importante ir de mochila e com o essencial. Eu preparei a mochila na noite anterior e deixei uma mala pequena que levei, no guarda-volumes do Hostel, o que para mim foi perfeito, tendo em vista que eu voltaria para o Loki Hostel após a trilha.


Na manhã seguinte, o grupo se encontrou na frente do Hostel às 6 da manhã, pois é, os passeios são cedo, bem cedo!


Até este momento, eu estava com sorte em relação ao clima, pois havia pego chuva em poucos dias e por pouco tempo. Digo sorte pois esta época de início do ano é época de chuva e é bom considerar este risco, eu sabia mas resolvi arriscar.

Estávamos em 3 vans, tinha bastante gente. Mas eram 2 grupos: um que faria a trilha em 3 dias e o outro que fariam a trilha em 4 dias (a minha).

Vou falar do final primeiro, de minha impressão: vale a pena fazer a trilha? Sim. E na descrição dela, verão os motivos. Mas tenha em mente que é muito desgastante, dificilmente se tem um banho quente depois de um dia de chuva, além dos mosquitos e dificuldades. Em suma é excelente, uma experiência muito boa, mas esses itens negativos têm de ser levados em consideração.


O primeiro dia é praticamente todo de aventura, saímos por volta das 7 da manhã e viajamos por aproximadamente 1 hora e meia. Nosso destino era a parte mais alta de uma estrada, asfaltada, onde faríamos a primeira parte da trilha, porém de bike. Um pouco antes de chegarmos ao local paramos para um café da manhã.

A descida de bike é no mesmo esquema da estrada da morte, porém esta estrada é toda asfaltada e com uma segurança muito maior, mesmo assim tivemos que parar por uns 15 minutos no meio da descida devido a um deslizamento, mas nada grave e logo seguimos viagem.

A descida foi bem longa, paramos para comer uma vez e pegamos chuva mas logo depois sol e calor.

Ao final da descida as vans estavam nos esperando para irmos ao nosso primeiro alojamento.




Chegamos, comemos e nos instalamos, mas ainda era cedo. Foi o tempo de me arrumar e partir para o rafting.

Foi bom, mas o rio não estava muito alto e foi relativamente tranquila a descida (sim, queria emoção), no meio do rafting os guias fizeram alguns jogos, mas acho que o que mais valeu a pena foi a vista, no meio das montanhas e uma com neve no topo.


Após o rafting voltamos ao alojamento e estava doido por um banho quente, afinal peguei chuva e fiz rafting. Mas foi banho frio mesmo, hehehe. Depois de um jantar muito bom na própria pousada e colocar as roupas no varal, fui dormir.

Neste dia a companhia não tirou fotos e ficou um pouco difícil também de fazer fotos, então vou ficar devendo.


No segundo dia acordamos bem cedo e tomamos um café reforçado, pois seriam 16 km de caminhada.

No caminho, entre subidas e descidas, chuva e sol, aos guias iam contando um pouco da história da região e do povo Inka. Paramos na toca do macaco para um pouco de história e degustar algumas comidas típicas do local e uma espécie de cachaça que deixam engarrafada com cobra, folha de coca e outras especiarias, por incrível que pareça era boa.




O caminho foi bem longo e cansativo, mas de certa forma revigorante.

Passamos por pontes quebradas, pedras, beiras de precipício e uma pequena tirolesa (construída pelas locais) para atravessarmos o rio.

Mas o fim da tarde foi muito bom. Tanto pelo clima que estava quente e sem chuva, como por termos chegado em Águas Calientes, onde pudemos tomar banho em piscinas termais, valeu a pena demais, até pela água ser quente.

Por volta das 20:00 fomos ao segundo alojamento. Este muito melhor que o primeiro e com um bar com música e jogos.

Depois do jantar, de um pouco de bebida e música para esquentar e relaxar fomos dormir, pois o 3º dia seria cheio.

Começou cedo com um café da manhã e tirolesa. Foram no total 4 trechos de tirolesa e finalizando com uma passagem por uma ponte suspensa no meio da mata.




Quem tem medo de qualquer uma das atividades de aventura (bike, rafting e tirolesa) pode optar por não fazê-la. Muita gente não fez.

Tudo pronto e partimos para a hidrelétrica. É onde se faz a caminhada até a cidade base para Machu Picchu.

Apenas para detalhar, Machu Picchu fica na montanha, e tem duas opções para se chegar lá: Ou se vai de Cusco bem cedo por transporte e trem até Machu Picchu ou se dorme na cidade base de Machu Picchu e no outro dia bem cedo faz a subida à cidade perdida, caminhando (aproximadamente 2800 degraus) ou de ônibus.

Mas já falo da subida à Machu Picchu. O caminho da hidrelétrica até a cidade base tem extensão de aproximadamente 15 Km, e foi bem pesada mas muito legal. Passamos por trilhos de trem, margens do rio e pontes, foi um pouco mais difícil por ter sido feita praticamente sob chuva, mas, como disse, nessa época é comum.




Chegamos acabados e posso falar por todos: querendo um banho quente, comer e dormir!

Dito e feito...

Eu tinha duas opções: no dia seguinte subir à Machu Picchu andando, 2800 degraus às 4 da manhã ou ir de ônibus em meia hora por 15 dólares. Pensei muito e a tentação foi grande, mas como já havia feito tudo pela trilha, eu decidi subir a pé.

Não que eu me arrependa, mas foi puxado e mesmo não sendo tão alto quanto La Paz, ainda assim é bem alto e o cansaço bate mais rápido.

Fui com alguns colegas da Nova Zelândia que acabei fazendo amizade na trilha. Ajudou estarmos juntos, mas chegamos no portão de Machu Picchu somente às 6 da manhã.


Não tem banheiro dentro do parque, o banheiro é só do lado de fora. A entrada dá direito a sair um vez para ir ao banheiro. Então recomendo muito usá-lo antes de entrar. E outra coisa, as coisas para comer lá são bem caras e sem muitas opções (fora do complexo) então leve um pouco de água e algumas comidas leves.

Encontramos o restante do grupo e entramos no parque, pois nosso guia estava nos esperando para contar um pouco da história e dos detalhes.

É sensacional e tem uma energia inexplicável entrar em Machu Picchu. Tudo foi feito perfeitamente, a paisagem é linda, a cidade organizada, enfim, é uma sensação única.





A visita guiada durou aproximadamente 2 horas, pois às 8, o grupo que optou por subir a Huayna Picchu deveria seguir para o respectivo portão.

Não sabia que a subida seria tão longa e rústica, me senti um Inka, é realmente bem difícil a subida, ainda mais com momentos de chuva.

Em alguns trechos tive que subir as escadas praticamente igual cachorro, em 4 “patas”. Em geral as fotos que vemos de Machu Picchu são tiradas desta montanha, pois dela tem-se uma visão de toda a cidade.

Depois de uma subida de 1 hora chegamos ao topo, mas, tudo nublado e chovendo.

Como eu queria muito ter uma vista de lá e claro fazer algumas fotos eu optei por esperar o tempo melhorar, o que poderia levar 1 hora, 5 horas ou não melhorar.

O tempo foi passando e decidi que esperaria atè às 13.

Ainda bem que por volta do meio dia o tempo melhorou, e pude curtir o local.

Valeu demais a espera.

Mas o tempo bom durou apenas 1 hora, ainda bem que foi o suficiente para eu aproveitar.




Depois eu voltei e dei mais uma volta por Machu Picchu.

Resolvi voltar para a cidade base e para o alojamento por volta das 15:00. Desta vez eu comprei a passagem de ônibus, paguei 15 dólares e voltei dormindo, um trecho rápido mas valeu a cochilada.

Cheguei no alojamento, tomei um banho quente e fui dormir um pouco. Às 20 horas pegaríamos o trem para voltar à Cusco.


Na própria cidade peguei o trem que nos levaria até uma cidade que fica no meio do caminho até Cusco. O trem é muito bom, tem serviço de bordo e é bem confortável. Já era noite e não pude ver a paisagem, mas deve ser bonito fazê-la de dia.

No local as vans da companhia estavam nos esperando para voltarmos à Cusco, em um caminho bem sinuoso.

Me deixaram no Hostel por volta das 23.



No dia 07/01 eu levei algumas roupas na lavanderia, arrumei todas as minhas coisas e aproveitei para passear um pouco mais pela cidade.

Tem dois passeios que não fiz mas pelo o que pude observar e conversar com as pessoas, valem a pena serem feitos: City Tour e ida à Montanha Colorida.

O City Tour passa por pontos no centro, mas também em ruínas e construções um pouco mais afastadas da cidade.


Mas como eu realmente já tinha visto muita montanha e ruínas, preferi curtir a cidade e ir no cassino que tem em Cusco. Não é grande coisa mas vale a pena visitar e perder alguns soles.

Aproveitei também para ir no Mercado Central de Cusco. É uma bagunça, te oferecem de tudo, mas gostei bastante.

Pedi um prato de Talharim com carne de Lhama, uma chicha morada (suco típico feito com um milho roxo) e uma sopa de entrada, por tudo isso paguei aproximadamente 20 soles e sobrou comida.

Terminava minha estadia em Cusco, já que no outro dia eu pegaria um voo de manhã para Santa Cruz de La Sierra, fazendo escala de 10 horas em Lima.

Só tenho a dizer que Cusco foi a cidade mais legal e que mais me agradou de todos os lugares que já visitei até hoje.

É uma cidade que lembra cidades europeias, na sua arquitetura e organização, mas o povo é latino, ou seja, muito amigável, caloroso e receptivo.





Lima – 1 dia – 08/01/2018


Em minha programação original eu não passaria por Lima, por ser muito distante de onde eu iniciei a viagem. Mas como eu optei por voltar de Cusco à Santa Cruz de avião e o tempo de conexão era de 10 horas em Lima, eu aproveitei para sair do aeroporto e explorar um pouco a cidade.


Cheguei em Lima às 11:30 e meu voo para Santa Cruz sairia às 22:00.

Já adianto que faria apenas uma coisa diferente na viagem: eu ficaria uns 2 ou 3 dias em Lima e só voltaria à Santa Cruz no dia de voltar para o Brasil, pois em Santa Cruz há poucas coisas para se fazer, e em Lima têm muitas, mas enfim, falarei mais de Santa Cruz no decorrer do texto.


Eu saí do aeroporto e como eu não podia perder tempo, fui atrás de algum taxista para dar uma pechinchada no valor do transporte até o Bairro de Miraflores, optei por conhecer este bairro que é muito legal e dar uma volta pelo centro de Lima.

Consegui um taxista, por 15 dólares.

Em Lima não é mais aquela facilidade para pechinchar e levar as coisas na conversa, é uma cidade muito grande e não tem mais aquela cara tranquila e simples do restante dos locais visitados.


O taxista, era cheio das conversas e me ofereceu de tudo, tudo. Disse que o que eu precisasse ele arrumaria. Eu não estava precisando de nada, hehehhee.

Mas ele era gente boa e batemos um papo legal até Miraflores.

Acabei fechando com ele o valor de 35 dólares para ele ir me buscar às 17 horas e me levar de volta ao aeroporto, porém fazendo um caminho pelo centro de Lima.

É um pouco distante o caminho entre o aeroporto e Miraflores, mas vale a pena. Passamos por alguns locais bonitos, principalmente por estarmos beirando o Pacífico.


O taxista me deixou em Miraflores e fui almoçar no Tanta, no shopping Larcomar, por sugestão de um casal de Campo Grande que acabei conversando em Cusco.

O shopping é bonito e à Beira Mar, o restaurante é muito bom e bem conhecido por lá, não é muito caro, pedindo um prato e um drinque eu gastei por volta de R$ 60,00.

Tem muitas lojas e lojas boas, mas em geral não compensa fazer compras por lá, os preços são bem próximos do que se pratica no Brasil, ou seja, caro.

Dei uma volta pelo shopping e em seu entorno, tomei um café com Alfajor e fui para o ponto de encontro com o taxista.





Lá estava ele, pontualmente no horário em que combinamos.

Fomos ouvindo música latina e dando risadas até o centro histórico. Pegamos trânsito mas foi tranquilo.

Passamos pelo centro, que é muito bonito, e por várias regiões de Lima, ele conhece muito a cidade e a cultura de lá, então foi praticamente um tour guiado.

Deu tudo certo e consegui aproveitar o pouco tempo que tive em Lima.

Cheguei tranquilamente no aeroporto e fui fazer meu check-in.




Santa Cruz de la Sierra – 3 dias – 09/01/2018 até 11/01/2018


Cheguei em Santa Cruz por volta das 2 da manhã, e fui de táxi até o Hostel.

O aeroporto é bem afastado da cidade, paguei por volta de 35 reais (70 bolivianos), como era tarde e tinham poucos taxistas lá, eu tive que pagar o que todos estavam cobrando, em Santa Cruz tem Uber, mas eu optei por não usar neste horário e sem conhecer muito o local.


Passei a noite no Nowad Hostel, era razoável mas não me agradou muito. Tanto que nas suas outras noites eu fui para um Hotel bem no centro, o Hotel Plaza 24. O preço e avaliação eram boas e como tinha sobrado um pouco de dinheiro eu optei por ele, já que tinha ar condicionado e é bem localizado.

Já haviam dito para mim que não há muito o que se fazer em Santa Cruz, e realmente não há.


Eu passei o primeiro dia no Mariposário e Biocentro Guembe. É um mariposário, e possui outras espécies de animais, um bosque, piscinas, restaurante e outros atrativos.

É um lugar bem legal, fui de uber até lá e gastei por volta de 20 reais, o Uber funciona bem em Santa Cruz.

A entrada ao parque é cara, paguei cerca de 80 reais, mas valeu a pena.

Pude passar o dia por lá, um dia muito bonito por sinal, e curtir um sol e as piscinas.

Voltei de Uber até a Avenida Monseñor Rivero, é a rua mais badalada de Santa Cruz, com bares, restaurantes e algumas baladas. Eu jantei por lá, dei uma volta e fui para o Hotel. Piscina cansa.






Tem alguns tours e passeios nos arredores de Santa Cruz, mas não encontrei nenhum do meu agrado, além de ter achado bem caro.

No segundo e terceiro dias eu conheci um pouco do centro e fui à um shopping bem famoso de lá, o Ventura Mall. É caro e não tem muita coisa, então não recomendo.


Como eu disse, Santa Cruz tem poucas opções.

Consegui comprar uma caixa de som, um perfume e um cartão de memória no centro, em lojas próximas à Plaza 24 de Septiembre. Dá para encontrar algumas coisas boas e por um bom preço, mas recomendo pesquisar bem e pechinchar, além de cuidar com produtos que possam ser piratas.

Nessa região também há muitos Câmbios.


Sempre vá ao câmbio de fato, não troque dinheiro com pessoas na rua. Têm muitos e falaram que eles não são confiáveis.

Existem locais diferentes a baratos para comer nessa região, vale a pena sentar, comer e observar o movimento.

Meus 3 dias em Santa Cruz foram tranquilos, eu admito que estava bem cansado e que a viagem já havia valido muito a pena.

No dia 11 eu fui para o aeroporto, de Uber. Meu vôo para o Brasil saiu às 00:00.


Recomendo demais essa viagem. Foi uma experiência única, lugares indescritíveis, tive a oportunidade de conhecer muita gente diferente e fazer passeios sensacionais.

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