Para quem curte um pouco de história vai amar o México. A civilização maia foi uma das mais misteriosas civilizações que habitaram a América antes da chegada dos europeus, e se estabeleceram nos atuais territórios do México, Guatemala, Belize e Honduras E Cancun guarda verdadeiros tesouros Maias.
A sociedade maia começou a desenvolver com destaque para três cidades: Chichen-Itzá, Mayapan e Uxmal. Cada cidade tinha um chefe supremo (Halach Uinc) e era um cargo hereditário. Os camponeses e artesãos compunham a maioria da população (Mazehualob) eram obrigados a pagar os tributos, a trabalhar nas grandes obras. Moravam nos bairros mais distantes dos centros. Já os escravos, geralmente por conquista serviam a um senhor, mas não trabalhavam na produção.
E saindo da teoria, é hora de sair dos livros de pesquisas, colocar a mochila nas costas e sentir de perto toda essa cultura.
Chichen-Itzá
Chega a ser clichê, mas andar pelas ruínas de Chichén Itzá localizado na Península de Yukatán, conhecer e viver a cultura maia não tem preço. Para chegar as ruínas optei por um passeio guiado. A saída é bem cedinho, devido a distância. Chichén Itzá está localizada no município de Tinum aproximadamente três horas de carro da Riviera Maya, cerca de 200km de distância de Cancún. Considerada uma das 7 novas maravilhas do mundo moderno significa “a cidade al borde del pozo de los Itzáes” – a cidade à beira do poço dos Itzáes (feiticeiros da água).
Quando ouvia falar de Chichén Itzá, a primeira imagem que vinha à minha cabeça era a famosa Pirâmide de Kukulcán, também chamada de El Castillo, conhecê-la estava na minha lista de lugares. E, de fato é a construção mais imponente de toda a zona arqueológica do lugar.
No entanto, Chichén Itzá possui muitas outras áreas interessantes e cheias de história: o Campo de Pelotas, que é o maior da Mesoamérica; o Templo dos Guerreiros e o Cenote Sagrado, onde muitas oferendas, incluindo sacrifícios humanos, eram despejadas. Toda essa história é contada pelos guias. Nosso grupo estava com dois e eles eram muito atenciosos e sábios conhecedores de cada centímetro. Chichén Itzá é mágico, energético.. e o segredo mais intrigante do local (e meu favorito rsrs) é o efeito acústico em frente a pirâmide. Ao bater palmas o som volta e imita o Quetzal que é um pássaro famoso da região. Sem sombra de dúvidas, para mim, foi o melhor momento do passeio.
O Templo de Kukulcán (“Kukul” significa sagrado ou divino e “can” significa serpente) carrega inúmeras surpresas em cada detalhe. Cada lado da pirâmide é composto por 91 degraus, que representam as quatro estações do ano. Multiplicados por 4, somam 364 que são os dias do ano e seu topo completa o 365º dia numa matemática perfeita.
O tour dura cerca de duas horas e compensa os quase 9km de caminhada pelos labirintos e ruínas e sou só elogios aos meus guias com todos seus conhecimentos e o pequeno Mauricio, que além de tradutor maia gentilmente emprestou sua sombrinha para caminhar ao sol kkkkkkkk.
Além disso, o tour ainda oferecia outras visitas bem interessantes: uma pequena aula de culinária mexicana com degustação típica e almoço incluído. Aproveite o lugar para participar de um Ritual de Cura Maia. A energia daquele lugar não tem como explicar. É um verdadeiro reset de vida!
Finalizei o dia em Valladolid uma cidade colonial que passamos rapidamente e o tempo foi curto, mas que vale ficar e aproveitar. É a diferença de culturas entre o turismo de praia e de conhecimentos. Ahhh e não podia faltar a parada no famoso Cenote Ik-Kil no fim da tarde, para um banho refrescante (gelaaaado pra falar a verdade).
Ik-Kil posso resumir como um grande poço de cerca de 50m de profundidade, suas águas foram consideradas sagradas pelos maias, que realizaram sacrifícios humanos no local, como culto ao seu deus da chuva. A descida é feita por uma escadaria de pedra por dentro da caverna. O local tem um grande estrutura de vestiários, banheiros e restaurantes.
Tulum
A cultura Maia definitivamente é encantadora, curiosa e agora a minha preferida. Depois de conhecer Chichén Itza, chegou a vez de Tulum e suas ruínas a beira de um mar de infinitos azuis.
E é do alto de uma encosta rochosa da Península de Yucatán, Tulum é o terceiro sítio arqueológico mexicano mais visitado onde o povo maia plantou uma das cidades mais incríveis e instigantes da sua civilização. Situado sobre um penhasco suas ruínas estão muito bem preservadas dentro de uma enorme muralha que guarda templos e casas e remonta ao século VI estrategicamente posicionada para se proteger dos inimigos. Tinha o nome de Zamá, que significa “Cidade da Aurora”, exatamente pela localização.
E como comigo tudo é com emoção e intensidade rsrs.. lógico que teve aventuras. Peguei um ônibus (que na verdade são vans) em Cancún no terminal rodoviário até Playa del Carmen. De lá, segui com um táxi privativo até Tulum e foi super fácil! Eles são super organizados e não tem erro. É possível também esse trecho de bus, tem muitos turistas e os horários também são bem facilitados e de hora em hora.
Situado bem próximo ao centrinho, o local concentra o maior número de turistas. Depois de uma boa caminhada, subidas de escada e trilhas, chega-se na entrada do sítio por um pequenino túnel (achei tão charmoso). É bom estar preparando com um bom calçado e muita disposição pra caminhar entre subidas e descidas. Ahhh.. vá preparado com muito protetor solar, chapéu e óculos. O calor também é surpreendente. Apenas cuide com o vento.. nesse dia estava com fortes rajadas.
Impossível não sair admirado!!!
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