Acabei de voltar da terra dos hermanos e como peguei várias dicas pra passar três dias lá, agora chegou minha hora de retribuir, rsrs. A capital argentina é uma das cidades mais interessantes e maravilhosa da América do Sul, isso se não for a mais interessante.
Minha viagem começou na tarde de quinte-feira e terminou no domingo.Mesmo sendo muito pouco tempo para conhecer tudo, eu preparei uma sugestão de roteiro para otimizar o tempo e conhecer o máximo de atrações em poucos dias. Na minha proposta, o roteiro percorre as principais atrações de Buenos Aires do jeito que eu mais gosto: caminhando e usando o transporte público. A ideia foi misturar as principais atrações de Buenos Aires e mergulhar na culinária argentina.
O mais lindo de Buenos Aires está em sua atmosfera e em sua arquitetura. Tive sorte de dias lindos de sol e as fachadas dos prédios mais lindos que vimos encontramos no meio de uma caminhada despretensiosa.
A viagem começou em Florianópolis, viajei com minhã irmã e meu cunhado. Nosso voo foi operado pela Gol, é um voo bem rápido, cerca de duas horas e meia e chegamos no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, mais conhecido por Aeroporto Internacional de Ezeiza é o maior aeroporto internacional da Argentina.
Aliás, em Buenos Aires tem dois aeroportos: Ezeiza que fica retirado do centro da cidade - leva cerca de 50 minutos de carro. E tem o Aeroparque Regional Jorge Newbery, que é o aeroporto de tráfego regional da Grande Buenos Aires, está localizado a 6 km do centro de Buenos Aires no bairro de Palermo.
Ficamos hospedados no Hotel Dazzler Maipú, fica localizado em uma transversal muito bem localizada: a poucos metros da Rua Florida e da Galeria Pacífico. A estrutura é muito confortável, com quartos amplos, banheiro espaçoso, além de um agradável e essencial café da manhã. Esse hotel é indicação, claro, da nossa agência: TripTur Agência de Turismo.
Ainda na quinta no fim da tarde, iniciamos nossa caminhada pela Rua Florida com destino à Puerto Madero, onde programamos nosso jantar. Do nosso hotel até Puerto Madero cerca de 2,5 km, e de caminhada/passeio chegamos no restaurante Bahia Madero, lugar incrível e com uma vista de tirar o fôlego. A comida é de um saber e capricho que enchem os olhos. Pedimos o famoso chorizo e claro um vinho para acompanhar - valor por pessoa 650 pesos argentinos (cerca de R$ 150,00), a refeição mais cara, porém se pagou pelo lugar e o sabor.
Depois de um jantar incrível, muitas conversas e risadas, caminhamos pelos Dicks de Puerto Madero. Paramos na Puente de las Mujeres, cartão postal de Puerto Madero. Passamos por vários PUB´s que são bastante movimentados e diversificados. E o que mais chamou atenção, é que os hermanos praticam muito exercício ali. Os calçadões são propícios para caminhadas, corridas e pedaladas.
Cemiterio da Recoleta
No dia seguinte, depois de uma noite incrível, acordamos cedo e depois do café da manhã, pegamos um Uber com sentido ao Bairro da Recoleta. Depois de passar pelos Floraris Genérica (famosa Flor de metal que abre suas pétalas) chegamos ao Cemitério da Recoleta. Confesso que fazer turismo em cemitério não faz muito meu tipo rsrs, mas esse em especial é especialmente incrível. Os passeios podem ser guiados, porém tem um custo por pessoa. Mas como estávamos com tempo, fizemos nosso próprio tour. É ali que está o túmulo da Evita Perón, e todas as lápides são trabalhadas, com esculturas de anjos. Mas o que mais impressiona é que os caixões não são enterrados -- pasmem, isso mesmo -- as famílias expõem os caixões dos entes falecidos em suas lápides. E digo, tem cada caixão, um mais lindo que outro rsrs, parece piada, mas não. A impressão que dá é que eles disputam para ver quem tem o mais belo.
Continuamos nossa caminhada pelo bairro da Recoleta, depois de uma pequena pausa para um café, pegamos novamente Uber com destino à Palermo - destino Planetário Galileu Galilei. Palermo é um dos bairros da moda de Buenos Aires. É cheio de parques, boutiques, bares, centros culturais. É, inclusive, uma boa região para se hospedar.
Planetário Galileu Galilei
Como nosso objetivo era caminhar e conhecer, fizemos o tour no Planetário. Vale muito a pena, principalmente para quem tem crianças. Eles contam a história do início do Planeta terra. O tour é dividido em duas partes (nós só fizemos a primeira): após a explicação de um simpático robô, fomos em um simulador 3D e participamos de uma exploração em Marte com óculos de projeção 3D. A segunda parte, na principal sala de projeção conta com 360 poltronas reclináveis, sistema 4D. O local ainda conta com um museu e expões materiais extraterrestres, como uma pedra lunar vinda da missão Apolo XI e meteoritos encontrados no território argentino, sendo o mais famoso deles o "La Perdida", achado em 1965 na província do Chaco.
Horário de funcionamento: de terça a sexta das 09:30 às 17:00 e de fim de semana das 11:30 às 19:00.
Valor do museu (primeira parte): $ 50 pesos argentinos
Valor do Espectáculos en el Domo (projeção 4D): $ 120 pesos argentinos
Arcos Del Rosedal
Na saída do Planetário, caminhamos no sentido dos Arcos Del Rosedal, nossa parada para almoço. Atravessamos os lagos de Palermo, um parque gigantesco e lindo para chegar no Arcos del Rosedal que é o mais novo polo gastronômico de Buenos Aires. Um refúgio verde no meio da cidade. O lugar, que um dia se chamou Paseo de la Infanta, foi totalmente reformulado e agora oferece excelentes propostas para comer numa das regiões mais arborizadas da cidade. Ali encontramos creperias, sorveterias, cafeterias e até um pátio cervejeiro, além é claro de vários restaurantes.
O Arcos del Rosedal, fica a metros da Avenida del Libertador e do Hipódromo de Palermo, funciona durante o dia, mas é a noite que o lugar pega fogo e concentra o agito da galera.
No almoço escolhemos O Rock & Ribs é uma smokehouse, a primeira da Argentina. Com um cardápio inspirado nos sabores dos Estados Unidos, todas as carnes são defumadas com madeira ou por meio de um defumador especial que os permite cozinhar 1500 kilos de carne de forma simultânea. O prato-chefe são os “ribs”, mas também há lugar para salsichas defumadas e o “pulled pork” (carne de porco). Ao meio-dia oferecem um hambúrguer veggie cujo pão também verde, tingido com colorante vegetal.
Mas, opções não faltam, tem O Avant Garten é um bar com espírito alemão. O Naná é uma excelente opção para o meio-dia, quando oferece pratos simples, mas com toque gourmet, como saladas, quiches, tortillas, sanduiches e pratos com carne arroz ou peixe. Möoi, restaurante com uma carta baseada em pratos naturais, como hambuguers vegetarianos e tortas integrais, além Restaurante Ju, seguindo a linha natural.
Hipódromo de Palermo
Após o almoço, fomos ao Hipódromo de Palermo. Assistir a uma corrida de cavalos nunca esteve entre meus planos e, confesso, não é exatamente o meu ideal de diversão. Mas estava em Buenos Aires, o Hipódromo de Palermo é um lugar incrível e eu não queria perder a chance de poder explorar o lugar (e confesso que eu ameiiiii). Por coincidência no dia seguinte teria o Grande Prêmio (nós não fomos), e o pessoal estava nos preparativos finais para o evento.
Dentro do Hipódromo tem um cassino enorme. São 5 andares subterrâneos com muitas, digo muitas , muitas, muitas mesmo, máquinas de jogos e mesas de pôquers. E por incrível, estava cheio de jogadores, a maioria da terceira idade. Eles são compulsivos por jogos (não temos fotos, pois nos cassinos são proibidos celulares).
Caminito e Estádio do Boca
Depois de curtir um tempinho no cassino, ainda tínhamos tempo antes de retornar ao hotel. Resolvemos antecipar um dos passeios do dia seguinte: Rua do Caminito, localizado no coração do bairro de La Boca.
La Boca é importante para a história do Tango. As casinhas coloridas, os restaurantes parilla (churrasco), e o estádio do time de futebol Boca Juniors, La Bombonera, são exemplos do que você pode visitar.
É um bairro bem humilde, mas simpático. As casas na área do Caminito são também conhecidos como "Conventillos". As casas são pintadas em várias cores, porque os imigrantes italianos usaram a tinta sobrando nas oficinas do porto. Hoje, alguns "conventillos" foram transformados em lojas de souvenirs e você pode visitar, lugar perfeito para compras de lembrancinhas.
A rua de paralelepípedos começa na beira do rio Riachuelo e termina a 400 metros do estádio La Bombonera. Ela é cercada de restaurantes e cafés, alguns deles com dançarinos de tangos para entreter os clientes.
O passeio pelo Caminito consiste basicamente em andar ao longo de duas pequenas ruas do bairro La Boca, apreciando algumas obras de arte expostas e casais dançando tango.
Detalhe: apesar do Caminito ser um dos locais com maior presença de turistas, ele é visto muitas vezes como um passeio decepcionante. Afinal você vai gastar no máximo dez minutos para conhecer o lugar. Além disso, existe um comércio muito forte voltado aos turistas ali. Todo mundo oferecendo comida, abordando tentando vender algo, forçando o turista a comprar alguma coisa que enche o saco. Aviso: tem sempre dançarinos de tango insistindo para você tirar uma foto com eles. Isso não é de graça, eles vão querer cobrar por isso mas só avisam depois e podem ser bem chatos nisso.
Obelisco, Casa Rosada, Avenida Corrientes
No dia seguinte, nosso passeio foi todo a pé. Esse definitivamente foi o dia em mais caminhamos. Como disse, nosso hotel era bem localizado. Iniciamos o passeio indo ao Monumento do Obelisco.
O Obelisco de Buenos Aires é um ponto turístico obrigatório para quem visita a capital portenha. Cartão postal da Argentina, ele é amado pelos portenhos e sempre presente nos protestos e comemorações organizados na cidade. O monumento histórico que foi erguido em comemoração aos 400 anos da cidade. Sua inauguração foi em maio de 1936. O local dele foi escolhido porque ali foi hasteada pela primeira vez uma bandeira da Argentina. O fato ocorreu em 1812 na então igreja dedicada a São Nicolau de Mira, que na época ocupava o atual endereço do monumento.
Situado bem no cruzamento da Avenida 9 de Julio com a Calle Corrientes, pode ser visto de várias ruas do centro de Buenos Aires. É quase impossível não passar por ele na sua viagem de Buenos Aires.
Dali partimos rumo à Casa Rosada. No caminho a arquitetura, os prédios, as portas gigantescas das edificações chamam atenção.
No caminho, paramos na Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Ela é um verdadeiro refúgio silencioso e fresco no centro da cidade e está ainda mais famosa depois que Papa Francisco foi eleito, afinal era lá onde ele celebrava as missas na época em que ainda estava na Arquidiocese de Buenos Aires. Ali também está, desde 1880, os restos mortais do General San Martín, o herói da independência de muitos países da América do Sul. Seu imponente túmulo fica em uma sala aberta a visitação e, não somente lá, mas como em toda a Catedral há guardas que parecem aqueles soldados londrinos, que são chamados granaderos.
Logo em frente fica a Casa Rosada -- um ícone de Buenos Aires quase tão importante quanto a famosa Casa Branca americana. O local, também chamado de Casa do Governo, é considerado um Patrimônio Histórico Nacional. Ela é um ponto quase que obrigatório para os turistas de primeira viagem por Buenos Aires, meu caso rsrs e pode ser um ponto turístico bem clichê, mas a Casa Rosada e a Plaza de Maio são muito importantes na história da Argentina, impossível de deixar de lado.
Depois de um lanche rápido dedicamos a tarde para compras na Rua Florida, um enorme calçadão em várias quadras, com centenas de lojas e a famosa Galerias Pacífico -- um grande shopping com marcas renomadas, que além da beleza da construção que é tão admirada por seus visitantes. Seu interior é repleto de murais e colunas, sendo que o destaque vão para o teto, feito por diversos pintores argentinos. Por isso não se espante caso veja algumas pessoas no local olhando para o teto.
A noite pedia um jantar bem reforçado e acabamos retornando à Puerto Madero. Mas antes conhecemos o cassino flutuante, que fica em uma luxuosa embarcação atracada no Rio de la Plata, fomos de Uber até lá. O acesso é livre e, apesar de estarmos em um barco, a estrutura do Cassino é de impressionar: muitas luzes, carpetes e decoração de primeira; escadas rolantes levam aos andares de cima, muitas máquinas enlouquecendo os apostadores e visitantes.
Na saída optamos por caminhar entre os dicks de Puerto Madero, em busca de um local para jantar. Fomos em um rodízio de carnes e massas, a comida era muito saborosa. Porém o mais legal era passar pelas vitrines de alguns restaurantes, e apreciar os cordeiros fogo de chão.
No domingo pela manhã iniciamos o retorno, pela janela do Uber nos despedimos da beleza desmedida da cidade, com sua arquitetura incrível, seus monumentos grandiosos, seus jardins e praças encantadores, dava até para sentir o cheiro da sua gastronomia impecável!
Hasta luego, mi Buenos Aires querida!
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