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Foto do escritorFrann Borgonovo

Três dias em Lima

Melhor da capital peruana explorada em dias incríveis, com muitas histórias para contar em passeios inesquecíveis.



Chegamos em Lima de manhã e pegamos um traslado para nossa hospedagem, no Distrito de San Luis. Esse não é o tradicional bairro onde a maioria dos turistas se hospeda, que seria Miraflores (falarei mais adiante sobre ele). O Distrito peruano de San Luis é um dos quarenta e três distritos que formam a Província de Lima, pertencente a Região Lima, na zona central do Peru.


Na chegada no próprio aeroporto já realizei a troca de moeda. Sai do Brasil com reais e converti o cambio para Novo Sol (soles). Não há muita diferença de moeda, o Novo Sol tem praticamente o mesmo valor da nossa moeda. Então a conversão é fácil, claro, que como toda troca de moeda cambial, tem a incidência do IOF.


Em Lima, o transporte público não é muito eficiente, o ideal é utilizar os táxis (que são bem baratinhos) e tem muitos muitos muitos.. Detalhe importante: o trânsito é caótico e segue suas próprias regras.


Como andar de táxi em Lima?

Como disse, a quantidade de táxi é grande e você pode conseguir um táxi em Lima diretamente na rua, pedindo para seu hotel ou restaurante, ligando para os números das empresas, usando aplicativos de transporte privado (como Uber ou Cabify).


As corridas são sempre muito baratas e nunca devem ultrapassar os 35 soles dentro do perímetro urbano de Lima. Já de e para o aeroporto, as tarifas ficam na casa dos 60 soles.


Como a oferta de carros é gigantesca, o estado de cada um pode variar e muito: desde modelos mais novos até automóveis díginos do quadro Lata Velha (é possível ver o chão, pelos buracos). Você vai reparar que cada táxi tem uma cor diferente, mas geralmente são amarelos, brancos ou pretos. Uma coisa é comum em quase todos: várias faixas reflexivas em branco e vermelho nas laterais.


Como negociar táxis em Lima

Até hoje sonho com buzinas rsrs.. Ao andar nas ruas, os motoristas passarão chamando sua atenção a todo custo, ou seja, buzinam mesmo. Aliás o que não falta lá são buzinas. Ao achar um veículo que lhe agrade (de preferência mais novo), dê sinal para ele parar e apresente o endereço completo.


Antes de entrar no táxi, é importante que você pergunte o valor da corrida e depois negocie para baixar o preço.

Diferentemente do Brasil, lá os táxis não utilizam taxímetro, por isso é importante perguntar e barganhar o preço antes de entrar. Se fizer depois, o taxista poderá te cobrar mais caro e a negociação vai ser mais complicada.


Na hora do pagamento, tenha dinheiro trocado. É mais seguro e evita receber notas falsas de troco. Ahhhh, nenhum taxista aceita cartão ou reais.


#Dica -- Valores aproximados dos táxis em Lima:

  • Do aeroporto até Miraflores: 60 soles

  • De Miraflores para centro: 20-25 soles

  • De Miraflores para Barranco: 10-15 soles

  • Preço médio da maioria das corridas: entre 7 e 20 soles

  1. Ao esperar o táxi, tente ficar do outro lado da rua do hotel ou na outra esquina. Dessa maneira, o valor cobrado será menor do que se você estiver em frente ao hotel ou a alguma grande atração turística, como o shopping Larcomar. Isso faz diferença.

  2. Analise as condições do carro. Ainda há muitos táxis caindo aos pedaços por lá.

  3. Achou um táxi razoável? Dê sinal e, antes de entrar no carro, diga para onde quer ir e pergunte quanto é -- SEMPRE.

  4. Que comecem as negociações!

  5. Pronto. Negociação terminada, entre no táxi e pague no final da corrida.


Primeiro dia -- Passeio: Centro Histórico

Negociações feitas, iniciei meu passeio visitando o centro histórico de Lima. Ele já sofreu muito com terremotos, incêndios e descasos políticos, mas suas construções clássicas coloniais estão sendo, aos poucos, restauradas enquanto o policiamento na região é reforçado. Aliás, policiamento não falta em Lima, para cada lado que você olhe, tem um policial.

A Plaza de Armas deve ser seu ponto de partida. Conheça com calma o Palácio Episcopal e a Catedral de Lima – exemplos marcantes do barroco peruano – e o Palácio do Governo, sempre cercado por militares. Todos os dias ao meio dia tem a troca da guarda do governo, que é um espetáculo à parte. Reserve meia hora para acompanhar.


Na Catedral de Lima repare nos enormes vitrais que iluminam a madeira pesada que faz parte da escadaria que leva aos aposentos superiores.


#Valores #Horários -- Palácio Episcopal e Catedral de Lima

  • 30 soles com direito a visitar a Catedral de Lima no prédio ao lado.

  • Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta: das 9 às 17h - Sábados: das 9 às 13h

À direita da Plaza de Armas fica um dos patrimônios da Unesco e pontos mais diferentes e curiosos do centro de Lima: a Basílica Menor e Convento de São Francisco o Grande, onde se encontram grandes catacumbas cobertas por ossadas.


Entre os prédios históricos do centro de Lima fica o interessante museu do Banco Central de Reserva del Peru. Seu acervo traz um resumo da história da arte no país, passando por peças arqueológicas dos períodos incas e pré-incas até pinturas do século XIX e XX.


Saindo da Plaza de Armas, iniciei minha caminhada pelos calçadões até a Plaza San Martín, cerca de 1km. Nesse caminho, além de contemplar as belezas das edificações em centenas de lojas, avistei uma Igreja, de entrada pequena, mas lindíssima ao entrar: Iglesia de La Merced. A visitação é gratuita e cheguei a tempo de acompanhar a missa.


Entre os diversos museus (afinal, Lima além de muito católica, também é muito histórica) está o museu do Banco Central de Reserva del Peru. Seu acervo traz um resumo da história da arte no país. Só o prédio e o jardim que envolve o museu MALI já valem a visita. Com uma proposta interessante que mescla salas com obras contemporâneas e arqueológicas.

Você pode viajar sozinho para Lima tranquilamente (meu caso), as pessoas e os policiais são super acessíveis e te ajudam com os registros das imagens. Essa é uma ótima oportunidade de fazer novas amizades.

Segundo dia -- Passeios pré-incas

Entre os distritos de San Isidro e Miraflores ficam dois endereços muito interessantes para quem quer conhecer mais sobre a cultura pré-inca e as ruínas históricas de Lima: Huaca Pucllana e Huaca Huallamarca. Os passeios são complementares e mostram aspectos de diferentes culturas, suas arquitetura e organização social.


Huaca Pucllana – sítio arqueológico que fica literalmente dentro da cidade e rodeado por prédios. Huaca significa templo sagrado e, em Lima, existem mais de 250 huacas, quase todas rodeadas de prédios e casas, expondo o contraste de culturas das civilizações antigas e do homem moderno. Acredita-se que o local tenha sido usado como templo para sacrifícios de mulheres a fim de acalmar as deusas, que eram consideradas muito violentas. Este era um templo reservado para a elite, sacerdotes e nobres.

O passeio é guiado e tem duração média de duas horas. Além um calçado confortável, é preciso muita disposição para caminhadas e subidas.


Hoje, a Huaca Pucllana ocupa um quarteirão. As ruínas são intocáveis, os guias formam grupos de 10 a 15 pessoas, afim de evitar que as pessoas toquem nestas ruínas. O processo de restauração em 1981 e, segundo o guia que me acompanhou pela visita, serão necessário mais 30 anos de intenso trabalho para terminar toda a restauração daquela área.


A Huaca Pucllana é um centro cerimonial em forma de pirâmide que remonta a 200 anos a.C. Curiosamente, as pirâmide peruanas, ao contrário das egípcias, não têm ponta (cume) e não servem como sarcófagos. A parte superior é reta, servindo como um centro cerimonial, onde eram realizadas atividades de culto religioso, inclusive sacrifícios de animais e homens em homenagem às divindades locais.


Outra curiosidade: a huaca foi construída de forma a evitar que a obra ruísse em razão dos inúmeros terremos que abalam o solo peruano, demonstrando que as civilizações antigas já dominavam técnicas avançadas de construção, como a “Técnica del Librero“. De acordo com essa técnica, os tijolos de adobe (mistura de barro e palha) eram colocados na posição vertical, com argamassa somente na parte inferior e superior, sem argamassa entre eles, permitindo que a construção pudesse melhor absorver os impactos dos terremotos. O resultado é que os muros parecem vários livros colocados lado a lado em uma estante.


O que eu mais curti foi chegar pertinho das Lhamas e das Alpacas

#Valores #Horários -- Huaca Pucllana

  • Ingresso: 10 soles

  • Horários: Quarta a Segunda: 9 às 17h



Pachacámac - Continuando a saga dos sítios arqueológico de Lima, ou melhor, dos arredores de Lima, que costuma chamar a atenção dos turistas é o Pachacámac.

Esse sítio fica distante da área central, cerca de 40 km da capital. Para chegar lá peguei o tradicional táxi, que depois de muita negociação acabei fechando em 60 soles. E na volta, fiz o mochilão rsrs, peguei um ônibus com destino à Miraflores. Passam, o que chamamos de ônibus circular, claro que bem mais caidos, quase um Lata Velha rsrs. Mas valeu muito a pena e cheguei ao meu destino da mesma forma. Valor da viagem: 7 soles.


Sobre o local, Pachacámac era a cidade sagrada de uma civilização pré-inca chamada Huari (ou Wari) e servia de centro de adoração e peregrinação. Essa região já foi dominada por quatro diferentes povos e seu sítio arqueológico inclui 16 pirâmides, praças, palácios e templos piramidais. Assim como em Huaca Pucllana e Huaca Huallamarca, é importante contar com o apoio e orientação de um guia reconhecido, pois sem as explicações, dificilmente compreenderemos o que estamos vendo e como eram a cultura e modo de vida dos povos que dominavam aquela área.

É preciso muita disposição para as caminhadas, que envolve subidas íngremes. Um dos lugares mais incríveis que já vi. Do alto dos templos, é possível ver a fusão das areias e desertos com a plenitude do mar do pacífico.


#Valores #Horários -- Pacáchamac

  • Ingresso: 10 soles (sem guia)

  • Ingresso: 36 soles (com guia e transporte nas ruínas)

  • Horários: Terça a Sábado: 9 às 17h - Domingo: 9 às 16


Terceiro dia -- Miraflores e Compras

Claro que não poderiam faltar as tradicionais compras \o/, mas antes, um roteiro por Lima não estaria completo sem uma visita ao Museu Larco, considerado um dos mais importantes acervos do país. São mais de 3 mil anos de história peruana retratados através de diversos tipos de objetos arqueológicos.


Após o passeio, concentrei meus passeios entre Miraflores e Barranco. O que valeu bater perna em mercados de artesanato na Avenida Petit Thouars - os tradicionais Mercados Inkas. Tem um moooonte, não acaba nunca. Aí já sabe, neh?! Pechinchar e pesquisar é de lei! Os preços variam muito e a maioria das coisas você encontra em quase todas as lojinhas.



Lima pode ser um bom endereço para quem gosta de comprar temperos e especiarias peruanas como o sal de Maras e as famosas pimentas aji amarillo e rocoto. Se o seu verdadeiro free shop é formado por empórios, mercados populares, temperos e ingredientes locais, é tour pelo mercado central e pelo mercado de Surquillo. Nestes mercados algumas situações chegam a ser chocantes para nós: eles vendem carnes, frangos e peixes ali em situações as vezes pouco higiênicas para nosso padrão e confesso que me senti um pouco desconfortável.


Para finalizar a tarde, nada melhor do que aproveitar o pôr do sol de frente para o mar no Parque do Amor, todo inspirado nas obras de Gaudí. E para ficar ainda melhor, ao lado do parque fica um dos shoppings mais bonitos da cidade e endereço favorito de muitos turistas: o Shopping Larcomar, lugar incrível com uma vista de dar inveja. É um shopping à céu aberto.

Finalizei meu tour em Lima no Circuito Mágico das Águas: um parque belíssimo, onde as treze fontes de águas luminosas são a grande atração.


Fica localizado no Parque da Reserva, bem próximo ao centro de Lima, em frente ao Estádio Nacional de Lima, entre duas das principais ruas de Lima: Paseo de La República e Avenida Arequipa.

O parque foi criado em 1929 para homenagear os civis que lutaram para defender Lima durante a Guerra do Pacífico. Entre os anos 60 e até o início da década de 2000 ele esteve abandonado perto do centro da cidade até que em 2007, foi inaugurado o circuito em um parque todo restaurado. Foram recuperadas mais de 7.000 árvores, os monumentos originais, incluindo 23 piscinas. Hoje , os visitantes do Parque de la Reserva e Circuito Mágico das Águas podem conferir fontes que atiram água no ar, de forma coordenada com luzes coloridas e dança clássica.


#Valores #Horários -- Circuito Mágico das Águas

  • Ingresso: 4 soles

  • Horários: Quarta a domingo às 16h e às 20:30


Lima é muito mais do que pude descrever. Lima é a porta de entrada às cultura inca e pré-inca. Como está praticamente no meio do país. Vale conhecer e acrescentar no roteiro: Cusco, Machu Picchu, Valle Sagrado, Arequipa e Puno


Minha consideração final: Lima é um espetáculo à parte. Pude me perder e me reencontrar nesta viagem. Cada segundo foi muito aproveitado. Fiz novos amigos, conheci um povo incrível e me diverti muito.

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